2 de março de 2011

ATENDIMENTO DE URGÊNCIA NO HOSPITAL DE CRISSIUMAL ESTÁ COM DIAS CONTADOS

O atendimento de urgência e emergência no Hospital de Caridade de Crissiumal, está com os dias contados. Na quinta-feira, 24 de fevereiro, o Sindicato Médico do RS (SIMERS) entregou documento à diretoria da instituição e à Prefeitura de Crissiumal , dando prazo de 30 dias para que sejam apresentadas novas propostas de remuneração aos médicos do plantão no Pronto-Socorro e de sobreaviso de especialidades, que recebem menos de R$ 2,00 a hora trabalhada. “Caso as negociações não avancem, o serviço será suspenso a partir de 27 de março e os pacientes terão que ser encaminhados às cidades vizinhas”, alerta o representante do SIMERS, Edson Machado.
Os baixos vencimentos e a falta de médicos foram levados ao conhecimento do Ministério Público local, que recebeu o SIMERS na semana passada e prometeu buscar esclarecimentos com os gestores. Machado reforçou ao promotor Ronaldo Arbo que a remuneração da hora de plantão é considerada uma das menores do Estado. Para os atendimentos de urgência e emergência, a hora do trabalho é de R$ 18,00. Já para o sobreaviso, o valor da hora é de R$ 1,38 nas especialidades de pediatra e R$ 2,08 para cirurgia e ginecologia. “Receber estas quantias é o aviltamento do trabalho médico. Qual o trabalhador que recebe menos de R$ 2,00 pela hora de trabalho?”, destaca Machado.
Sem salários atrativos, faltam médicos para o atendimento à população e o Pronto-Socorro acaba funcionando na mesma modalidade do sobreaviso, plantão não presencial e que exige disponibilidade de 24 horas. Dos sete médicos que integram o corpo clínico do Caridade, quatro se revezam nos plantões. “Quando chegam casos de acidentados ou paradas cardíacas, os profissionais são acionados para comparecerem ao local”, alerta o dirigente.
O hospital é referência em média complexidade na área de traumatologia, na região que integra a 17ª Coordenadoria Regional de Saúde. Por mês, são realizados 20 partos, 50 cirurgias, em uma média de 1.200 atendimentos SUS e privados. Sem os plantões, os pacientes terão que ser removidos para cidades vizinhas.