Foto: Jean Pimentel / Agencia RBS |
O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) adquiriu duas impressoras 3D que devem facilitar e agilizar os procedimentos cirúrgicos. Pelo menos mil pacientes das áreas de cardiologia, traumatologia e odontologia serão beneficiados, a cada mês, quando o método for posto em prática. Ainda não há data para isso. Por enquanto, os procedimentos estão em fase de testes, mas os equipamentos devem chegar dentro de 15 dias. O médico Gustavo Dotto, idealizador do projeto, explica que o processo consiste em três etapas. A primeira delas é fazer uma imagem da parte do corpo que precisa ser tratado, por meio de uma tomografia: – Usamos um aparelho que usa pouca radiação para criar a imagem, como em um Raio X. Daí, vamos para o segundo processo, que é o tratamento. _ A imagem é usada na impressão 3D da parte do corpo do paciente que vai ser operada. Com ela, os médicos podem estudar melhor a forma de tratamento e agilizar o processo tanto para os profissionais do hospital como para o doente.– Um paciente que levaria seis meses para se recuperar de uma cirurgia levará, no máximo, quatro. É uma tecnologia barata, que dá resultado e que é boa para o paciente – explica o responsável pela traumatologia do Husm, Humberto Palma. Um dos pacientes que passou pelo processo foi Gustavo Rosa de Moraes, 18 anos. Ele sofreu um acidente no fim de agosto e quebrou uma das pernas. Um modelo do osso partido foi impresso em 3D. Com ele, os médicos puderam tratá-lo com maior precisão. O processo convencional, com imobilização e cirurgia, levaria até três dias. Com a impressora, ofertada por uma empresa no Tecnoparque de Santa Maria, tudo foi feito em 35 horas. Na manhã de sexta-feira, Zanilda Alves, 57 anos, passou pela primeira etapa do processo para uma cirurgia odontológica. Na tomografia, a imagem foi criada em cinco minutos. Ela seria tratada e encaminhada para uma impressora 3D. Com o modelo pronto, os médicos poderão estudar qual o melhor método cirúrgico para, depois, executá-la. – Vai ser o primeiro hospital da região com esse tipo de tecnologia. Vai levar algum tempo ainda para que ela seja disponibilizada para todos, mas ela é promissora – relata Dotto. Os equipamentos foram adquiridos por R$ 22 mil. O custo operacional varia de acordo o tipo de peça impressa. No caso do osso da perna de Moraes, foram apenas R$ 38,00.
FONTE: DIÁRIO DE SANTA MARIA