Foto: Jean Pimentel / Agencia RBS |
A alta demanda pelo Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) tem feito com que a instituição atue até 150% acima da sua capacidade. Por conta disso, o acesso ao Pronto-Socorro (PS) e às Unidade de Tratamento Intensivo (UTIs) deve ser restringido ainda mais. Além de fazer triagem de pacientes para desafogar o PS, está sendo avaliada a possibilidade de não aceitar novas internações nas UTIs, incluindo a neonatal e a pediátrica. O motivo é a alta demanda, que pode oferecer risco para pacientes e funcionários. Com o grande número de pessoas internadas, há maior circulação de bactérias, o que propicia a proliferação de doenças. Já o PS implantou um sistema de triagem remota dos pacientes, que só são recebidos depois de uma avaliação prévia do caso, feita pela equipe do Husm junto com a unidade de origem. Nos últimos dias, a superlotação do PS atingiu níveis preocupantes. O setor tem 24 leitos de urgência e emergência e 19 macas de observação, totalizando 43. Hoje, 64 pacientes estão na internação e cinco em observação, totalizando 69. Isso quer dizer que há 60% a mais do que a capacidade máxima. Na prática, isso significa pacientes em macas nos corredores do PS, junto de seus acompanhantes, aguardando vaga. Há casos de pessoas que estão vivendo com pouco ou nenhum conforto nessas condições. É o caso de Renato Bairros, 50 anos. Ele deu entrada no PS em 29 de agosto e, desde então, espera, em uma maca no corredor para operar dois tumores no cérebro. – Sei que tem gente em situação muito pior que a minha. Mas meu caso é grave. E piora a cada dia que passa – disse. Conforme a assessoria de comunicação do Husm, a cirurgia pela qual Bairros espera é eletiva e só é realizada uma vez por semana. Como o hospital recebe diariamente casos de urgência e emergência, esses têm prioridade, ou seja, a cirurgia é adiada. Outro problema é o número de macas: elas não seriam suficientes se as prefeituras não disponibilizassem o equipamento. No entanto, nem todas dão condições mínimas de conforto. Algumas são muito pequenas, porque foram feitas apenas para transporte de pacientes, mas acabam virando leitos permanentes para os doentes. Recentemente, o Husm começou a transferir pacientes para hospitais da região, que estão cadastrados para ofertar vagas de retaguarda. Eram 40 vagas, mas o número caiu para 30 depois que uma das instituições, de Restinga Seca, deixou de recebê-los devido a um desacerto com o governo do Estado, responsável pelo aluguel dos leitos. Hoje das 30 vagas, 25 já foram ocupadas.
FONTE: DIÁRIO DE SANTA MARIA