Chegamos ao final de mais uma pesquisa em nosso blog. Como já tínhamos
escolhido os Dez Maiores Gaiteiro de Gaita Piano, desta feita,
resolvemos perguntar e opinar sobre os Dez Maiores na gaita de botão, ou
cromática. Devemos confessar que esta escolha se mostrou mais difícil
que a outra em face da paridade entre os músicos desta modalidade. Desta
forma resolvemos simplificar e mudar o critério de escolha. Foi meio
assim: escolhemos um representante de cada seguimento, cada categoria,
cada modalidade, ou seja, separamos os gaiteiros de baile, os da “velha
guarda”, os festivaleiros, e assim por diante. Com muito respeito e
devoção a TODOS os gaiteiros executores de uma ”voz trocada” queremos
ressaltar que isto tudo é apenas uma opinião, assim como as diversas, de
diversos leitores do blog, que recebemos. Todas elas (opiniões) tem sua
valia, sua importância, sua peculiaridade e não somos ninguém para
discordar. Sendo assim, todos os lembrados (a até mesmo aqueles não
citados) estão de parabéns. Nossa escolha, em ordem alfabética, foi
esta:
Chico Brasil. O Gaiteiro de Bailes
Francisco de Assis Brasil, o Chico Brasil (de camisa preta), gaiteiro
multipremiado em vários festivais e rodeios ingressou no conjunto Os
Monarcas no ano de 1992. Ali, encontrou-se como gaiteiro de fandango.
Extremamente hábil no dedilhar de uma botoneira, Chico Brasil representa
dezenas de músicos de baile que levam, com muita alegria, o som das
gaitas de botões aos salões do Brasil. Estão entre estes grandes
gaiteiros Orlandinho Rocha, Gilmar Selau, Osmar Motta, Volmir Dutra,
Neneco, Rodrigo Pires, Gerson Fogaça (que foi muito citado) e outros.
Dedé Cunha. O Chamamesero.
Antônio Dedé Cunha é natural de Manuã, outrora pertencente a São Borja,
onde vive até hoje (vila Cabeleira). Foi soldado da Brigada Militar e
parceiro de grandes nomes missioneiros como Noel Guarany, Cenair Maicá e
Pedro Ortaça. Foi mestre, na botoneira, de Gabriel Ortaça e hoje ainda é
professor, difundindo este instrumento para a piazada lá de São Borja.
Dono de um estilo autêntico abrindo, nas famosas vaneiras e chamarras de
sua autoria nos cinco discos que gravou, a famosa cordeona branca de
três ilheras. Além de Gabriel, seguem os passos do grande Dedé Cunha,
gaiteiros como Tiago Rossato, San Pedro de La Cordeona, Renato Fagundes e
muitos outros.
Edilberto Bérgamo – O Festivaleiro.
É natural de São Gabriel. Músico, arranjador e compositor iniciou sua
carreira artística profissionalmente aos quatorze anos com o grupo
musical Minuano, do estado do Paraná. De volta ao Rio Grande do Sul,
começou a participar de festivais nativistas onde, atualmente, é nome
consagrado, tendo conquistado várias premiações como instrumentista,
arranjador, compositor e intérprete. Foi músico e arranjador de grandes
artistas como Luiz Marenco, Cesar Oliveira e Rogério Melo e Jari Terres.
Em 1999, junto com João Marcos “Negrinho” Martins, Egbert Parada, Luiz
Clóvis Girard e Gustavo Teixeira fundou o grupo Alma Musiqueira,
gravando os CDS Coplas Terra Morena e Pampiana de Fé. Seguem o mesmo
estilo e poderiam tranqüilamente também serem escolhidos, nomes como
Leonel Gomes, Ricardo Martins, Tiago Quadros, Thiago Abib, Nielsen
Santos, Marcelinho Nunes, Raone, Fabiano Torres, Wagner Guadanin, João
Vicente, Sadi Cardoso e outros.
Gaúcho da Fronteira - O Doble Chapa
É um dos artistas mais conhecidos fora do Rio Grande do Sul. Natural de
Santana do Livramento, na divisa com o Uruguai, tornou-se muito popular
interpretando composições por vezes jocosas, mas muito alegres e
autênticas. Representa uma gama de acordeonistas da Velha Cepa Crioula
onde qualquer um poderia, também, ser o representante pois são nomes
consagrados dentro da musicalidade gaúcha. Tais como: Adair de Freitas,
Nelson Cardoso, Mano Lima, Xiru Missioneiro, Tio Nanato, João Campeiro,
Moreno Martins, Helmo de Freitas, Bagre Fagundes, Eurides Nunes, Telmo
de Lima Freitas, Ivan Taborda, Xiru Pereira, José Melo e outros.
Considerado por muitos como “O Melhor de Todos”, o santiaguense Gilberto
Monteiro coloca sua alma na ponta dos dedos. É bonito por demais
ver-lhe tocar sua botoneira devido a sensibilidade a flor da pele e os
sonidos que só ele consegue tirar de uma gaita de botão. Aparece em
todas as listas de nossos leitores na escolha dos Dez Mais. É autor de
verdadeiros clássicos na botoneira como: Pra Ti Guria, Milonga Para As
Missões, Alumiando As Maçanetas, e outras. Tem estilo e características
só suas.
Oscar dos Reis - O Professor
A maioria dos grandes gaiteiros contemporâneos tiveram instruções sobre o
instrumento (gaita de botão, cromática ou piano) com Oscar dos Reis.
Foi (e é) o mestre, na acepção da palavra, de dezenas de acordeonistas
gaúchos. É um aficionado pelo instrumento e, nesta condição, viajou pela
Europa toda, em busca de conhecimento para retransmiti-los aqui na
querência de São Pedro. Acompanhou com sua “pianada” verdadeiros ícones
da musicalidade gauchesca como Honeyde Bertussi e Edson Dutra. Mora em
Caxias do Sul, onde ministra suas aulas.
Pedro Raymundo - O Pioneiro
Pedro Raimundo foi o precursor dos gaiteiros rio-grandenses, embora
catarinense de nascimento (nasceu em Maruí). Foi um dos maiores
divulgadores, através de sua sanfona cromática, das tradições de nosso
pago. Em evidência nos anos 40 e 50, principalmente com a música Adeus, Mariana. Iniciou-se com música gauchesca, e, transladando-se para o Rio de Janeiro ficou conhecido como o gaúcho alegre do rádio.
Mas, com o tempo, na esteira do sucesso de Luiz Gonzaga, e por
influência deste, passou a apresentar-se com trajes nordestinos e
acrescentou o baião e outros ritmos populares na época a seu repertório.
Renato Borghetti - O Divulgador
Renato Borgheti, ou o Borghetinho, como é mais conhecido, é o maior
divulgador da gaita de botão e da música instrumental como um todo, do
Rio Grande do Sul, mundo a fora. Começou a fazer sucesso com a gravação
de “Milonga Para as Missões”, de Gilberto Monteiro. Seu primeiro LP
bateu record de vendas para composições exclusivamente instrumentais.
Fez e faz shows com os maiores nomes da música brasileira. Por
influência de Borghetti dezenas de novos acordeonistas surgiram no
Estado. Mantém uma escola musical (Fábrica de Gaiteiros) para gaita
ponto em Guaíba.
Tio Bilia – O Missioneiro.
Tio Bilia não pode ficar de fora de lista alguma ao se falar de gaita
ponto. Missioneiro da pura cepa crioula, foi o grande mestre de várias
gerações de gaiteiros não só daquela região de terra vermelha como de
resto, todo o Rio Grande. Faltam palavras para descrever a importância
deste saudoso gaiteiro. É contemporâneo de grandes tocadores como
Virgilio Pinheiro, Belizário, Virgilio Leitão, Adão Lanes, Neneca Gomes,
os Irmãos Pato, Reduzino Malaquias, Tio Pedrinho e seguem os passos do
velho patriarca diversos descendentes que formam a Família Bilia,
executores, em sua maioria, de Gaita de botão.
10 - O décimo escolhido fica por conta e opinião de cada um dos
leitores, pois são tantos e tão capacitados os acordeonistas
rio-grandenses que seria ousadia de nossa parte determinarmos seus nomes
e limitarmos sua quantidade. Ele pode ser qualquer um dos mais de 50
que citamos na postagem, ou mesmo muitos que não relacionamos, em face
do grande número de grandes acordeonistas de uma "Oito Socos". Parabéns a
TODOS.
FONTE: Blog do Léo Ribeiro
FONTE: Blog do Léo Ribeiro