Se depender da comunidade de Campo Novo, especialmente a católica, a
tradição de tocar o sino três vezes ao dia deverá ser mantida na cidade. Um
abaixo-assinado está sendo realizado pelos moradores em apoio ao padre Ângelo
Dal Piva, que foi processado por contravenção penal de pertubação do trabalho
ou sossego alheio e crime ambiental por uma moradora recém radicada no
município. A audiência no Fórum da cidade deverá acontecer no dia 2 de outubro.
O pároco Dal Piva, de 80 anos, diz estar confiante e, ao mesmo tempo,
sensibilizado com o apoio que vem recebendo de boa parte dos munícipes
camponovenses, inclusive de outras religiões. Neste ano, uma médica acionou
judicialmente o padre devido ao som do sino da igreja e à música que anuncia a
realização da missa. Há 50 anos, o sino da Paróquia São Sebastião toca três
vezes por dia. A moradora diz que o padre impõe à população músicas em alto
nível de decibéis, por meio de alto-falantes, causando poluição sonora e
prejudicando a saúde. Ela também reclama das badaladas do sino, que toca
diariamente às 7h. O pároco afirma que a mulher, que mora na cidade há
poucos meses, não o procurou antes de recorrer à Justiça. Já a autora do
processo lamenta que o religioso não tenha aceitado fazer um acordo. A médica
disse que respeita todas as religiões, mas que elas também devem respeitar o
descanso de domingo. Ela conta que a música dos alto-falantes atrapalha o
descanso dela após longos plantões de trabalho.